S2E5 | Banca ética e Investimento de Impacto | Nuno Brito Jorge | Go Parity

S2E5 | Banca ética e Investimento de Impacto | Nuno Brito Jorge | Go Parity

Obrigado por ouvir o episódio 15 do podcast conversas com impacto, o meu nome é Tiago Seixas e estou muito contente por lhe trazer novas entrevistas e ideias para ajudar a criar impacto social positivo.

Recuperamos um tema do segundo episódio deste podcast com Luís Jerónimo da Gulbenkian, onde abordámos o investimento de impacto. O futuro que já existia em 2019 acelerou-se com o efeito pandémico e o comeback terá que ser muito eficaz, sustentável e sistémico.

A era pós-COVID traz assim a Portugal, à Europa e ao resto do mundo uma oportunidade única para cimentar novas ideias, por isso urge encontrar soluções inclusivas, partilhadas e com um foco específico num bem comum ao mesmo tempo que potenciem o lucro individual.

Nos EUA o R3 record é um projeto ímpar, direcionado para 1/3 da população norte-americana com cadastro criminal e que tem por isso dificuldade em encontrar bons empregos, boas taxas de juro, e até boas habitações e dessa forma vivem a perpetuação das consequências do seu erro. O projeto prevê o financiamento individual e coletivo, fora dos grandes bancos, tendo em conta as expetativas e aspirações de cada individuo e com o objetivo de modificar a pobreza sistémica derivada das condenações.

Um exemplo ambiental em Portugal é a Cooperativa Coopérnico, onde pessoas individuais ou coletivas investem capital no desenvolvimento de projetos de energia limpa, implementados em instituições do terceiro setor. Através da venda da energia que produzem, estes projetos geram retorno para as entidades beneficiárias e para os seus investidores. O nosso convidado ajudou a fundar este projeto e foi mais além com a GoParity, uma fintech portuguesa, regulada pela CMVM.

A Goparity é uma plataforma com uma app que permite render até 8% por ano o montante investido em projetos alinhados com os 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. O investidor decide o montante e o dia em que quer fazer a transferência (automática) para a GoParity, e a plataforma trata do resto, garantindo a diversificação do investimento, permitindo aos investidores, verificarem o crescimento da conta poupança e o impacto criado, em CO2 evitado. Em quatro anos a Go Parity já investiu e viu nascer projetos de energia, turismo, mobilidade, e empreendedorismo sustentáveis, indústria do mar, desenvolvimento rural e economia circular em Portugal, no Brasil, na Colômbia, no Perú e no Uganda. Prepara-se também para chegar a Espanha e ao Congo. O objetivo desta fintech é criar um Banco Verde.

Falamos, pois, com Nuno Brito Jorge, engenheiro ambiental e entusiasta da inovação e sustentabilidade. Viveu no Brasil, Bélgica, Espanha, para além de Portugal e em 2008 deixou o seu trabalho de consultor em política energética e ambiental no Parlamento da EU, para ir de mochila às costas para a América do Sul durante nove meses.

Foi consultor de inovação e financiamento em Espanha, e geriu projetos de energia renovável em Portugal e é ainda membro da Direção da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, tendo ajudado a criar 5 empresas e atualmente é CEO da Gopartity.

Send in a voice message: https://anchor.fm/conversas-com-impacto/message

S2E4 | Economia Azul e Desenvolvimento Sustentável | Rui Azevedo | Fórum Oceano

S2E4 | Economia Azul e Desenvolvimento Sustentável | Rui Azevedo | Fórum Oceano

O combate às alterações climáticas e a restauração de ecossistemas, resultados de décadas de poluição, a alavancagem da economia azul sustentável e circular, a descarbonização da economia e as energias renováveis, o acesso a água potável, a promoção do bem-estar, o aprofundamento do conhecimento científico, tecnológico e de inovação relacionado com os oceanos e sua literacia, são alguns dos exemplos dos pilares da nova estratégia portuguesa para os mares 2021-2030.

Esta estratégia está alinhada com a estratégia de crescimento azul da União Europeia, a década da ciência do mar para o desenvolvimento sustentável das nações unidas, o The First Global Integrated Marine Assessment promovido também pela ONU, em sentido lato, os objetivos do desenvolvimento sustentável e de alguma forma a pretensão antiga de Portugal de demonstrar o seu potencial geográfico, económico, estratégico, histórico relacionado com os mares e oceanos, agora sob a égide do desenvolvimento sustentável.

Portugal, já sabemos, é um país oceânico, com uma linha de costa de cerca de 2.500 km, contando com uma das maiores zonas económicas exclusivas do mundo que se estende por 1,7 milhões de km2 que significa 48% da totalidade das águas marinhas sob jurisdição dos estados membros da União Europeia em espaços adjacentes ao continente Europeu. Acresce a importância da extensão da plataforma continental para além das 200 milhas náuticas, cujo processo de delimitação está a decorrer junto das Nações Unidas, e que poderá vir a resultar numa área de mais de 4 milhões km2 alargando assim para além da ZEE direitos de soberania para efeitos de conservação, gestão e exploração de recursos naturais do solo e subsolo marinhos, e que tornará Portugal ainda mais atlântico.

Em linha com todos estes desafios será lançado em 2022 um programa de aceleração de startups de inovação, tecnologia e sustentabilidade do mar, o “Atlantic Smart Ports Blue Acceleration Network”, liderado pela beta-i e pelo Fórum Oceano, associação que tem como principais objetivos a promoção da economia do mar e a dinamização do Cluster do Mar Português.

Com tantos desafios e oportunidades queremos perceber que papel poderão os vários agentes desempenhar nesta estratégia e que impacto deveremos projetar e procurar medir.

Falamos, pois, com Rui Azevedo, licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto. É hoje secretário-geral do Fórum Oceano, foi consultor para a conferência das Regiões Periféricas Marítimas da Europa, e para a comissão de Coordenação da Região do Norte, foi perito para a Elaboração do “First Action Programme for the Implementation of the Territorial Agenda da EU”, diretor da célula de Prospetiva da Conferência das Regiões Periféricas Marítimas da Europa, foi fundador e diretor da Quaternaire Portugal, S.A, Vice-Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte.

Send in a voice message: https://anchor.fm/conversas-com-impacto/message