O combate às alterações climáticas e a restauração de ecossistemas, resultados de décadas de poluição, a alavancagem da economia azul sustentável e circular, a descarbonização da economia e as energias renováveis, o acesso a água potável, a promoção do bem-estar, o aprofundamento do conhecimento científico, tecnológico e de inovação relacionado com os oceanos e sua literacia, são alguns dos exemplos dos pilares da nova estratégia portuguesa para os mares 2021-2030.
Esta estratégia está alinhada com a estratégia de crescimento azul da União Europeia, a década da ciência do mar para o desenvolvimento sustentável das nações unidas, o The First Global Integrated Marine Assessment promovido também pela ONU, em sentido lato, os objetivos do desenvolvimento sustentável e de alguma forma a pretensão antiga de Portugal de demonstrar o seu potencial geográfico, económico, estratégico, histórico relacionado com os mares e oceanos, agora sob a égide do desenvolvimento sustentável.
Portugal, já sabemos, é um país oceânico, com uma linha de costa de cerca de 2.500 km, contando com uma das maiores zonas económicas exclusivas do mundo que se estende por 1,7 milhões de km2 que significa 48% da totalidade das águas marinhas sob jurisdição dos estados membros da União Europeia em espaços adjacentes ao continente Europeu. Acresce a importância da extensão da plataforma continental para além das 200 milhas náuticas, cujo processo de delimitação está a decorrer junto das Nações Unidas, e que poderá vir a resultar numa área de mais de 4 milhões km2 alargando assim para além da ZEE direitos de soberania para efeitos de conservação, gestão e exploração de recursos naturais do solo e subsolo marinhos, e que tornará Portugal ainda mais atlântico.
Em linha com todos estes desafios será lançado em 2022 um programa de aceleração de startups de inovação, tecnologia e sustentabilidade do mar, o “Atlantic Smart Ports Blue Acceleration Network”, liderado pela beta-i e pelo Fórum Oceano, associação que tem como principais objetivos a promoção da economia do mar e a dinamização do Cluster do Mar Português.
Com tantos desafios e oportunidades queremos perceber que papel poderão os vários agentes desempenhar nesta estratégia e que impacto deveremos projetar e procurar medir.
Falamos, pois, com Rui Azevedo, licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto. É hoje secretário-geral do Fórum Oceano, foi consultor para a conferência das Regiões Periféricas Marítimas da Europa, e para a comissão de Coordenação da Região do Norte, foi perito para a Elaboração do “First Action Programme for the Implementation of the Territorial Agenda da EU”, diretor da célula de Prospetiva da Conferência das Regiões Periféricas Marítimas da Europa, foi fundador e diretor da Quaternaire Portugal, S.A, Vice-Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte.
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