S1E10 | Cultura e Desenvolvimento Sustentável | João Almeida | Antena 2

S1E10 | Cultura e Desenvolvimento Sustentável | João Almeida | Antena 2

O mote central deste podcast é o desenvolvimento sustentável, por isso temos falado com ativistas, decisores políticos, financiadores, agentes de mudança, empresárias e voluntários, que nos têm ajudado a perspetivar o desenvolvimento sustentável através da educação, participação cívica, inovação social, empreendedorismo, movimentos cívicos e voluntariado. Mas ainda não abordámos diretamente um outro tema chave, a cultura.
A UNESCO está convencida de que nenhum desenvolvimento pode ser sustentável sem uma forte componente cultural considerando a cultura como uma forma de desenvolvimento centrada no ser humano, baseada no respeito mútuo e no diálogo aberto entre culturas com resultados duradouros, inclusivos e equitativos.”
Assim têm sido realizados esforços para incluir a cultura como driver mundial para o desenvolvimento, tendo sido inclusivamente proposto, em 2015, a adoção de um ODS isolado para a cultura. Neste seguimento a UNESCO promoveu em novembro de 2019 um fórum mundial com 140 ministros da Cultura, 21 anos após a conferência anterior, o que marca a importância do momento. Deste fórum destacou-se a importância do turismo cultural, tema já abordado neste podcast, e a cultura enquanto fator de integração, numa sociedade, em particular a europeia ocidental, cada vez mais diversa.
É aliás cada vez mais evidente o papel da expressão cultural, talvez tenha sempre sido, na quebra de estereótipos, divulgador de minorias, promotor de transformação social, a este respeito destaco a “Participant Media” de Jeffrey Skoll, uma produtora cinematográfica com objetivo específico, criar de impacto social, através da sétima arte.
Reconhecendo então o papel da cultura, quisemos saber mais sobre a importância, a estratégia e o papel social da antena 2 no panorama cultural particularmente musical e erudito em Portugal.
Conversamos, pois, com João Almeida, Diretor da Estação Antena 2 com um longo currículo enquanto jornalista, particularmente na TSF para a qual fez as reportagens dos massacres do Ruanda, da reunificação da Alemanha, da queda de Presidente romeno Nicolae Ceausescu, tendo ainda feito reportagem de guerra nos Balcãs.
Em 2000 fez parte da redação da SIC e, em 2005, entrou nos quadros da RDP para se tornar posteriormente diretor da estação. Passou pela Psicologia na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, cursou Solfejo pela Academia de Amadores de Música e também Guitarra na Escola Duarte Costa, tendo trabalhado como autor-intérprete com grupos de teatro, designadamente com o Teatro Ibérico e a Casa da Comédia.
Em 2017 é distinguido pela SPA com o Prémio Jornalismo Cultural pelo seu programa e hoje também podcast “quinta essência”. Podcast que serve de inspiração ao “Conversas com Impacto”.

Send in a voice message: https://anchor.fm/conversas-com-impacto/message

S1E9 | Educação Inovação & Desenvolvimento | Luís Veiga Martins | NOVA-SBE

S1E9 | Educação Inovação & Desenvolvimento | Luís Veiga Martins | NOVA-SBE

O alcance dos objetivos da agenda 2030 pressupõe 4 elementos fundamentais: educação, inclusão, inovação e interdependência. Sendo um dos alicerces dos ODS, por si só, a educação de qualidade leva a benefícios significativos de desenvolvimento sustentável para indivíduos, comunidades e países. Sendo também um meio crítico de apoio e aceleração da capacidade global de implementar a agenda; por outro lado a inclusão, obriga a encontrar formas de promover modelos de diversidade e de incluir os targets no processo de desenvolvimento; a inovação, na medida em que necessitamos de novas abordagens, novos negócios, novas soluções para alcançar os desafios; e a interdependência, na procura soluções globais, através de redes transversais e complementares.

As universidades, estão assim numa posição crucial para fazer girar esta roda, promovendo a inclusão pela educação, uma educação inclusiva, quer isto dizer, uma educação relevante para múltiplos stakeholders, testando novos modelos, de forma colaborativa e multinível.

As universidades Portuguesas tem procurado integrar critérios de sustentabilidade através da adoção da agenda 2030, contabilizando até ao momento, 10 as instituições do ensino superior integradas no “University Impact Ranking”, que monitoriza os avanços das universidades e institutos, a nível mundial, em relação aos ODS.
Desta forma estaremos mais bem preparados para prevenir crises como a de 2008, reintroduzindo o propósito como um driver fundamental para as empresas, as instituições, a sociedade civil e os media.

Precisamente por isso quisemos saber mais sobre a estratégia da Nova-SBE, uma faculdade renovada com uma visão dos negócios e da economia abrangente e sustentável, com uma grande aposta no walk the talk, através da implementação de projetos de impacto a diversos níveis.

Para nos falar desta visão, convidámos Luis Veiga Martins, atualmente diretor de sustentabilidade, CSO da Nova SBE e Diretor Geral da CELPA – Associação da Indústria Papeleira sendo ainda consultor de Sustentabilidade, Economia Circular e Gestão de Stakeholders. Luís Veiga Martins liderou enquanto CEO até 2017 a Sociedade Ponto Verde, a entidade nacional portuguesa responsável pelo sistema de recuperação e reciclagem dos resíduos de embalagens. Foi ainda Presidente da Pro Europe, a associação das entidades gestoras de embalagens e resíduos de embalagem, e trabalhou na The Navigator Company em diversas funções. Luís Veiga Martins é Licenciado em Economia pela Católica Lisbon e com MBA com Especialização em Marketing pela Católica Lisbon.

Send in a voice message: https://anchor.fm/conversas-com-impacto/message

S1E8 | Igualdade de Género | Dussu Djabula & Carolina Silvestre & Raquel Dias | HeForShe Portugal

S1E8 | Igualdade de Género | Dussu Djabula & Carolina Silvestre & Raquel Dias | HeForShe Portugal

Recupero uma frase da presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen “A igualdade de género é um princípio fundamental da União Europeia, mas não é ainda uma realidade. Nas empresas, na política e na sociedade em geral, só poderemos concretizar plenamente o nosso potencial se utilizarmos todos os nossos talentos e diversidade. Utilizar apenas metade da população, metade das ideias ou metade da energia não é suficiente.”

Falamos de igualdade de género.

Tendo passado despercebida, pelo focus mundial na resolução dos efeitos da pandemia, a Comissão Europeia lançou em março de 2020 um documento importante … A Estratégia para a Igualdade de Género 2020-2025. Este documento assenta numa abordagem dupla ao tema, por um lado medidas específicas destinadas a alcançar a igualdade de género e por outro o reforço da integração da perspetiva de género. Quer isto dizer que vamos ter políticas discriminadas de género assentes num princípio da interccionalidade.

Este documento marca um esforço mundial, europeu e nacional, pois resulta de outros documentos e compromissos anteriores, nomeadamente da agenda 2030 e o acordo de Istambul, e pretende: combater de forma direta e estruturada, a violência e estereótipos de género, aumentar a prosperidade numa economia assente na igualdade de género, proporcionar equidade na distribuição de cargos de chefia em toda a cadeia de poder, a Integração da perspetiva de género e promoção de uma perspetiva interseccional nas políticas da EU e apoiar a abordagem da igualdade de género e a capacitação das mulheres em todo o mundo.

Não sendo um documento da sua presidente, esta estratégia marca um ciclo. O novo gabinete da comissão é constituído em 50% por mulheres, acompanhada da nova presidente da Banco central Europeu, Christine Lagarde e uma recém-criada comissão para igualdade, liderada por outra mulher e que tem como grande objetivo, apoiar no aumento dos 31% atuais dos membros de governos de países da EU constituído por mulheres.
Não chegámos aqui por acaso e um futuro de desenvolvimento plenamente consagrado entre homens e mulheres está em marcha, marchemos.

Precisamente por isso quisemos abordar o tema e para isso convidámos 3 mulheres que serão o futuro da implementação destas ideias. Falamos, pois, com Dussu Djabula, Carolina Silvestre e Raquel Dias, três jovens promissoras, estudantes de direito, ativistas dos direitos humanos e da igualdade de género e representantes do HeForShe um movimento global solidário inclusivo criado por iniciativa UN Women em prol da igualdade de género, que visa convidar expressamente os Homens a juntarem- se às mulheres na luta contra a desigualdade.

Send in a voice message: https://anchor.fm/conversas-com-impacto/message

S1E7 | Reinserção Social | Duarte Fonseca – APAC Portugal

S1E7 | Reinserção Social | Duarte Fonseca – APAC Portugal

Uma ideia recorrentemente levantada neste podcast refere-se ao slogan da Agenda 2030, de não deixar ninguém para trás, e incluir o contributo de todos no processo de desenvolvimento, precisamente por isso quisemos trazer um tema menos óbvio, as pessoas em situação de reclusão.

Um dos indicadores dos Objetivos 11 e 16 desta agenda, passa por garantir o acesso à justiça e a processos de integração e reabilitação social de pessoas que comentaram crimes, tendo em conta também as especificidades de grupos vulneráveis como os imigrantes, LGBT, as mulheres e os jovens.

Acerca deste tema, há uns anos enquanto dava uma aula sobre os efeitos negativos da institucionalização, tendo como base o movimento dos doentes mentais, e as ideias de Foucault, um aluno questionou-me: se as prisões são uma forma de institucionalização então como podemos esperar a integração de pessoas que passam até um quarto da sua vida numa prisão. Na altura não tive resposta, mas hoje encontro no nosso convidado e no projeto que ajudou a fundar, pistas sobre um caminho a seguir.

No site da APAC Portugal encontramos alguns números para centralizar o fenómeno: Em Portugal temos cerca 13 mil pessoas reclusas o que equivale a 127 reclusos por 100 mil habitantes, esta população é composta em 94% por homens, embora esteja a crescer o número de mulheres reclusas nos últimos anos, um pouco por todo o mundo.

Mas existe outro número demasiado pesado, estima-se que 75% da população reclusa volte a cometer crimes o que torna premente o desenvolvimento de soluções inovadores e que intervenham a vários níveis. A reinserção social é um desses níveis e o projeto desenvolvido pela APAC é uma dessas soluções.

Falámos, com Duarte Fonseca membro da Global Shapers, foi diretor de estratégia e desenvolvimento na Just a Change, manager de inovação na Beta-i, tendo tirado mestrado em gestão de recursos humanos e bacharelato em terapeuta ocupacional. Duarte tem ainda experiências em voluntariado em Portugal e na India e é atualmente Diretor Executivo da APAC, a associação que cofundou em 2015 e que tem como missão disseminar e implementar novas abordagens que transformem a vida de todos os reclusos, fornecendo-lhes as ferramentas e estímulos necessários à sua efetiva reinserção, promovendo uma sociedade mais coesa e segura, bem como uma maior eficiência para todo o sistema.

Send in a voice message: https://anchor.fm/conversas-com-impacto/message

S1E6 | Parcerias Comunitárias | Hugo Mé & Simão OOM | EDP & Just a Change

S1E6 | Parcerias Comunitárias | Hugo Mé & Simão OOM | EDP & Just a Change

Neste episódio convidámos duas organizações que trabalham em parceria – a Just a Change, que se propõe a resolver caso a caso um problema estrutural concreto: a pobreza habitacional.

Fá-lo por meio do voluntariado e de uma visão assente num modelo de sustentabilidade financeira bastante assertivo; e a EDP que, através de ações de RSE integradas ao seu core business prepara estas casas reabilitadas, para o futuro.

Este projeto é mais do que uma parceria entre uma empresa e uma ONG, é um compromisso entre a sociedade civil e o setor lucrativo, entre voluntários e acionistas, em prol da habitação sustentável.
Um compromisso pragmático viável e provavelmente lucrativo.

Desde a Conferência das Nações Unidas sobre aglomerados urbanos de Vancouver, em 1976, passando pela de Istambul, em 1996, a Agenda 2030 em 2015 e a conferência Habitat III em 2016, constataram-se, segundo relatório da ONU, melhorias significativas na qualidade de vida de milhões de habitantes em áreas urbanas, incluindo de moradores em construções clandestinas e precárias, de bairros de barracas e aglomerados informais. Contudo, a persistência de múltiplas formas de pobreza, de crescentes desigualdades e degradação ambiental, subsistem entre os maiores obstáculos para o desenvolvimento sustentável em todo o mundo, sendo a exclusão socioeconómica e a segregação espacial, realidades frequentemente manifestas em cidades e aglomerados urbanos.

Em Portugal ainda há pessoas a viver em barracas, ainda há casas onde chove no seu interior, habitações pouco adequadas à dimensão do agregado familiar; ou sem disporem de condições higiénico-sanitárias adequadas, situações pouco admissíveis para um país europeu que consagra o direito à habitação”.

Contudo, o desafio dos nossos dias é assim resolver não só o problema das habitações nas populações mais pobres, resolver o problema do preços das casas para a classe média, mas também a premissa de uma habitação sustentável com habitações mais eficientes, seguras e saudáveis.

O projeto que falámos neste episódio aborda dois destes desafios, falámos pois com Hugo Mé, da EDP e Simão OOM da just a change.

Agradecimentos:
Carla Barros – EDP

Fotografia: Marco Santos Marques

Início

Sonoplastia: Fast Foward
http://www.ffilmes.pt/

Send in a voice message: https://anchor.fm/conversas-com-impacto/message

S1E5 | Turismo Inclusivo | Ana Garcia – Accessible Portugal

S1E5 | Turismo Inclusivo | Ana Garcia – Accessible Portugal

Neste episódio resolvemos agarrar o desafio lançado por Josélia Neves e aprofundamos algumas das ideias do episódio anterior para falarmos sobre acessibilidade, mais concretamente sobre turismo acessível.

O turismo acessível é um tema cada vez mais relevante estando sob a égide do crescimento sustentável para 2030. A notoriedade do destino “Portugal”; a procura crescente por hábitos saudáveis e, aliados ao envelhecimento da população mundial, os hábitos crescentes pelo gosto de viajar – trazem a necessidade de preparar e comprometer os destinos turísticos para responder a novos desafios. Estes desafios prendem-se com qualidade e a segurança que os clientes, cada vez mais exigentes e cientes dos seus direitos, valorizam.

Na União Europeia cerca de 80 milhões de cidadãos são, em maior ou menor grau, afetados por uma deficiência. Em virtude do envelhecimento demográfico, prevê-se que este número venha a aumentar. A acessibilidade é assim uma condição prévia para que estas pessoas possam participar e ter um papel ativo na sociedade, podendo ainda contribuir para garantir um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo.

São razões mais do que suficientes para falarmos sobre um projeto inovador, sustentável e capaz de criar respostas eficazes através do seu modelo de negócio.

Falamos da Acessible Portugal, uma Associação para a Promoção do Turismo Acessível e Inclusivo em Portugal que desenvolve atividades e o agenciamento do Turismo Acessível, sendo a primeira agência turística especializada neste segmento.

Em 2018 lançou a TUR4all, uma plataforma e aplicação móvel de informação e divulgação da oferta turística acessível em Portugal, que contribui para captar novos segmentos da procura, melhorar a experiência turística das pessoas com características específicas, para além de concorrer para o desígnio de Portugal como destino turístico: “receber bem” todas as pessoas.

Falamos hoje com Ana Garcia, Mestre em “Accesibilidad Universal y Diseño para Todos” pela Universidade de Jaén – Espanha, licenciada em Organização e Gestão de Empresas, pelo (ISCTE-UL), , pós-graduada em Gestão Financeira pelo (ISG) e em Gestão Avançada, pela Universidade Católica Portuguesa. Foi auditora na KPMG, exerceu análise empresarial de projetos de investimento no IAPMEI, e hoje dedica-se à promoção do Turismo Acessível em Portugal, como forma de alavancar os direitos das Pessoas com Deficiência e suas Famílias, através do desenvolvimento da marca Acessible Portugal. É ainda consultora e formadora nestas matérias, tendo recebido a medalha de mérito turistico em 2018 e membra da Direção da European Network for acessible tourism.

Desde 2008 até Setembro de 2012 desenvolve a marca Accessible Portugal, criando a primeira empresa em Portugal que trabalha na operação, agenciamento e animação turística, especialmente dedicados ao público com necessidades especiais. http://www.accessibleportugal.com/

Fotografia: Marco Santos Marques

Início

Send in a voice message: https://anchor.fm/conversas-com-impacto/message