Conhecer o universo é conhecermo-nos a nós próprios. A compreensão das características da terra em relação a outros planetas, ajuda a contextualizarmo-nos, e ao nosso planeta. Ajuda-nos a perceber que a nossa presença nestes 500 milhões de km2 tem pouco mais de 300 mil anos num total de 4.5 biliões de anos de vida terrestre e 9.5 biliões de anos após o big bang. Assim considerarmos o ser humano como o elemento principal da terra é de alguma forma relativo.
Vendo o mundo em perspetiva conseguimos perceber que a terra é afinal azul, e que tem uma estrutura de delimitação finita, compreendendo dessa forma que os recursos nela existentes são igualmente finitos, ou de renovação através de ciclos completamente diferentes dos ciclos do mundo moderno.
Tal como os desafios atuais, ou seja, globais, interdependentes e intrincados, há muito que os astrónomos e astrofísicos desenvolvem soluções inovadoras para problemas complexos.
A astronomia é aliás uma das áreas científicas onde que o contributo Português se evidenciou com expressiva incidência ao longo da história. Desde o século treze que a coroa portuguesa se debruçava sobre o tema e, sobretudo no século catorze as campanhas de navegação, obrigaram ao aprofundamento desta ciência, sendo mais tarde consolidada nos sec XVIII e XIX com o aparecimento dos observatórios astronómicos de Coimbra e Lisboa.
Assim queremos perceber que relações poderão existir entre o estudo da formação e evolução de galáxias e o desenvolvimento sustentável?
Falamos, pois, com José Manuel Afonso, doutorado em Astrofísica pelo Imperial College de Londres é desde 2004 Investigador Auxiliar no Departamento de Física da Faculdade de Ciências da ULisboa tendo como interesses científicos o estudo da formação e evolução de galáxias. Foi entre 2005 e 2011 representante português no Comité Técnico e Científico e do comité de aconselhmaneto para o ALMA do Observatório Europeu do Sul , o ESO, tendo presidido a esta Comissão entre 2007 e 2009. Foi ainda Coordenador do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa entre 2011 e 2014, e coordena o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço desde 2015. Em 2000 foi ainda galardoado com o prémio Valerie Myerscough da Universidade de Londres, e é autor ou co-autor de mais de 50 publicações científicas.
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